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O MARINHEIRO

Cartaz para a divulgação do espetáculo O Marinheiro

O belíssimo texto simbolista de Fernando Pessoa apresenta uma reflexão filosófica sobre o sentido da existência, numa estrutura desafiante para transposição cênica por conta da riqueza de suas imagens e sentidos. As ações se passam numa torre – um espaço atemporal – onde três mulheres atravessam a madrugada, velando uma morta, envolvidas numa atmosfera de sonho e imaginação. Enquanto esperam o amanhecer, as veladoras narram histórias de um tempo perdido, imerso na inocência, na beleza e na vivacidade da natureza. As personagens hieráticas parecem se remeter a uma ancestralidade própria das tragédias clássicas. Uma delas narra um sonho, no qual um marinheiro náufrago, perdido numa ilha deserta, constrói um mundo imaginário, perdendo a memória de sua vida anterior. As veladoras, tomadas de espanto pela narrativa, se sentem esvanecer entre imagens da memória e da ficção, caminhando para um pesadelo, um suspense metafísico que gera o apelo angustiado: “quem poderia gritar para despertarmos?”

O Marinheiro é uma obra raramente encenada. A atmosfera ritual que por um lado lembra as tragédias antigas, por outro se aproxima de paisagens cênicas contemporâneas e de certa imobilidade, que nos faz pensar no teatro de Beckett. A encenação partiu da relação com o simbolismo, no entanto, procurou estabelecer uma perspectiva própria, com questões e meios da cena contemporânea. A torre onde as veladoras estão encerradas é traduzida cenicamente por uma instalação de artes visuais, um dispositivo de tule branco que circunda as atrizes, confinando-as numa espécie de bolha que as separa do mundo real. Neste espaço onírico, a memória ganha forma nas palavras, nos sons e nas projeções de vídeo, com imagens das atrizes vestidas de branco, em espaços livres e luminosos, contraponto às personagens de preto e gestual contido do presente. A criação cênica sugere a cumplicidade do espectador ao acontecimento, no entanto, o ritmo, o estranhamento e a densidade mental provocam um turbilhão de indagações e de perplexidades sobre o sentido da vida e da morte.

Texto: Nanci de Freitas 

Anos da encenação:

2014: Temporada no Laboratório de Artes Cênicas

2015: Apresentação no FestFic – Festival Interuniversitário de Cultura Local: Sala Ester Leão, UNI-RIO

2016: Temporada no Teatro Glauce Rocha – abril de 2016

FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
Autor

Fernando Pessoa

Direção

Nanci de Freitas

 

Elenco

Gleice Uchoa

Natasha Saldanha

Lícia Gomes

 

Equipe de Criação

Assistente de Drireção
Natasha Saldanha
Iluminação

César Germano

Cenografia

Ana Clara Souza

Carol Moreira

Figurinos

Graciana Almeida

Vídeos

Sara Paulo

Edição de Vídeos

Sara Paulo

Pedro Henrique Borges

Músicas

Antônio Jardim, CD: Cantos de Memória - R J: Tons e Sons, 1998

Canção do Mar: canção portuguesa com letra de Frederico de Brito e música de Ferrer Trindade. 

Riacho de areia (Beira Mar): música tradicional do Vale do Jequitinhonha - MG

Programação Visual

Celeste (DECULT)

Fotografia

Ana Clara Souza

Carol Moreira

Maria Lúcia Galvão

Elizeth Pinheiro

Foto do Cartaz

Maria Lúcia Galvão

Produção

Carol Moreira

Pedro Henrique Borges

Coordenação Geral

Nanci de Freitas

O MARINHEIRO: TEXTO, PALAVRA, MÚSICA
O marinheiro: texto, palavra, música
TEXTO DE ANTÔNIO JARDIM

Acabamos de assistir a um espetáculo tão belo quanto intrigante. Um espetáculo que tem três atrizes em cena. Três jovens e talentosas atrizes. Uma direção firme e criativa, um cenário simples e intenso. Assistimos a uma peça teatral que possivelmente cumpre o destino de fazer-se memória em quantos a tenham assistido. Sua originalidade reside em alguns fatores que se fazem mostrar como relevantes, segundo o modo como o espetáculo se realizou propriamente em sua relação com o modo como ele se faz apropriar.

 

Entende-se que esse espetáculo tem personagens:

 

E parecia-me que vós, e a vossa voz, e o sentido do que dizíeis eram três entes diferentes, como três criaturas que falam e andam.

Quem é a quinta pessoa neste quarto que estende o braço e nos interrompe sempre que vamos a sentir?

 

Entende-se ainda que a peça tem um lugar, isto é, um espaço- tempo:

 

De eterno e belo há apenas o sonho...

 

E tem um protagonista. Este último seria, dentre todos os elementos, o mais importante e decisivo.

 

As minhas palavras presentes, mal eu as digo, pertencerão logo ao passado, ficarão fora de mim, não sei onde, rígidas e fatais...

Antônio Jardim

Antônio Jardim é compositor, violonista, professor da Escola de Música da UFRJ e da Faculdade de Educação da UERJ

O protagonismo pertence ao texto, o texto marinheiro, o texto esse ἀργός que constitui um nauta, esse argonauta. Ele, o texto, estabelece a primeira e principal tensão posta, exigida e pronunciada.

 

O que seria protagonismo, o protagonista? A palavra protagonista nos chega pelo idioma grego ἀγόν que se diz do embate, do combate, da tensão e προτοῦ que se deu anteriormente. Assim, o protagonista é o que se estabelece enquanto tensão anterior, embate primeiro, combate inaugural. É, portanto, a primeira e decisiva dificuldade. A dificuldade com que o dramaturgo, neste caso, o poeta, precisa se defrontar – a palavra. A palavra como experiência, isto é, como superação de seu limite, do limite que enquanto palavra traz consigo. Palavra diz-se desde o grego πάρα βάλλω, que diz lançar-se para e que chega ao português desde parábola até que por fim palavra.

Foto: Elizeth Pinheiro | O Marinheiro

Foto: Elizeth Pinheiro

Pessoa diz através de sua personagem:

As minhas palavras presentes, mal eu as digo, pertencerão logo ao passado, ficarão fora de mim, não sei onde, rígidas e fatais...

 

Perfazem-se tempo e fazem se espaço, portanto.

 

Com nossas concepções mais precipitadas de tempo e espaço pensamos entender com rapidez que as palavras ocupam um lugar no tempo, afinal... Mas espaço?... Em verdade, esse dizer das palavras põe-se como temporalidade-espacialidade a cada vez que uma palavra é pronunciada. Sua pro-núncia, nos coloca diante, no texto de Pessoa especialmente, de sua dimensão corpórea, isto é, sua sonoridade e sua ritmicidade, desde a qual espaço e tempo são criados.

N’O Marinheiro não temos só uma palavra, temos a ação dramática, significa, temos uma música inteira. A música principal do texto é o próprio texto. A musicalidade inaugural de um espaço-temporalidade, a música prota-

gonista, a música do embate inaugural, primeiro, principal. Espaço-tempo? - alguns se perguntarão. Sim, espaço-tempo criado a cada enunciação do texto e necessariamente de cada palavra neste. Sim, se há uma música, há espaço-tempo. Não enquanto algo que ocupe lugar, mas algo que cria um lugar, um espaço-tempo, cria uma teatralidade inaugural, primeira. Teatro diz ver o que se põe, no lugar propício, propiciador. Não num espaço e tempo entendidos enquanto a priori, mas como in-stâncias, presenças inequivocamente inseparáveis e conjugadas aos fenômenos e como fenômenos se apresentam. Lugar como conjunção, conjugação espaço-temporal. Música põe-se como uma conjunção espaço-temporal. O teatro nesta obra de Fernando Pessoa é inseparável de sua música, de sua musicalidade. Sua música é o que nos convoca, nos chama para fazermos essa experiência, essa superação de nossos limites. Se não ouvimos essa música primeira, não tem peça, não tem teatro, não tem nada. Ouvir Pessoa é o que viemos fazer aqui, ouvir como sua poesia, seu fazer, sua música, é ouvir a sua con-vocação para este espetáculo. Sua música nos chama. Se atendermos esse apelo, haverá cena, cenário, movimento, cor, luz, música pro-posta, pós-posta. Pessoa nos inquere, sempre por uma de suas personagens falantes:

Quem é a quinta pessoa neste quarto que estende o braço e nos interrompe sempre que vamos a sentir?

 

Quem haveria de ser? Quem ousaria responder? Quem poderia responder. Se perguntamos quem, dirigimos mala questão. Não é um quem, é um que, que se põe como res-posta. Essa coisa que SE põe é a música. Não a música, musicalmente utilizada neste espetáculo, não, não é a essa que se está referindo. Trata-se da música instaurada previamente pelo próprio poeta. A música da palavra.

 

Neste espetáculo toda vez que perguntarmos por um quem, queremos saber sempre o que. Assim a pergunta - quem é o marinheiro? É outra vez imprópria. O marinheiro em questão não é um quem, ele é o argonauta do qualnos fala o lema – Navegar  é preciso, viver não é preciso – onde a precisão das realizações se tensiona com aimprecisão da vida, do real posto em possibilidade. O real em possibilidade é realidade.

O nauta é possibilidade tornadarealidade pelo sonho, tema este posteriormente tratado também por Jorge Luís Borges como, por exemplo, em As ruínas circulares. Neste O Marinheiro, o vigor do sonhado realiza-se, põe-se como um viver impreciso, mas decisivo. O marinheiro constrói-se, constitui-se como o sonhado necessário que se articula tensionalmente como a possibilidadeque atravessa a morte, a vida - que sabemos nós? O marinheiro é a luz que brilha no distante divisado pela janela. O marinheiro é o próprio tecido, o próprio texto a própria tessitura tramática e dramática trazida desde sua musicalidade,de sua música-poema.

Video Transparências, 2020

Editado por Julia Esquerdo a partir da ideia original de Nanci de Freitas.

A PRIMEIRA VELADORA
A TERCEIRA VELADORA
A PRIMEIRA VELADORA
TEXTO DE Gleice Uchoa

A Primeira Veladora é uma mulher com muitos medos. Ela nunca tinha visto o mar, somente da pequena janela do quarto em que se encontra. Prefere ficar esperando o raiar do dia e fica com medo de falar dele. 

Ela acha que falar do passado é inútil. Diz que o passado é um sonho e que se vermos o presente com muita atenção, ele se torna passado. Ao mesmo tempo, que ela tem medo de falar do passado, ouve suas irmãs contando e acaba falando do seu próprio. Ela se lembra de um tempo onde ela foi feliz. Vivia com sua mãe perto dos montes e ficava falando de irem ver outras terras. Era só ela e a mãe e pensavam felizes na floresta. Era uma calmaria. Tinha o hábito de colher flores todo dia. Fica triste quando se lembra do passado. 

Esta personagem tenta sempre ver as coisas boas e busca sonhos, mas não sabe como. Gosta de cantar e se sente alegre com isso. Gosta das coisas belas. Lembra-se de um determinado passado, quando molhava os pés na água, sentada no tronco da árvore em frente de um rio... Fica em dúvidas se ela realmente viveu essa lembrança.

Indaga o porquê da morte e pensa que se vivêssemos no sonho a morte nos esqueceria. Quando se percebe próxima da realidade (vida) e longe dos sonhos, entra em desespero, voltando os medos que ela tinha em falar do passado e fica com horror de tudo que ouviu. Quer ficar quieta para não despertar ninguém, fica com medo de ter despertado alguém com toda aquela conversa. Prefere esperar o raiar do dia quieta, sem falar ou fazer alguma coisa. Entra numa pequena ilusão, ficando sem sentidos suas palavras, com o raiar do dia.

Foto: Elizeth Pinheiro | O Marinheiro
A TERCEIRA VELADORA
TEXTO DE Lícia gomes

A Terceira veladora nega que em pouco tempo será dia, pois o horizonte é negro. Pergunta-se por que não há relógio no quarto. Não se importa em quando virá o dia, pois vem sempre da mesma maneira. Ela não fala, pois acha que suas palavras se perderão no passado. Tem medo, falar é um mistério. Não tem segurança de que o que ela fala é realmente o que sente. Para ela, não vale a pena contar, pois ao contar se chora um passado que não é o dela. Pede para falarem da morte para sentir razão para recordar.

Ela propõe passear e buscar sonhos. Conta que ao pé da casa de sua mãe corria um riacho e indaga o motivo dele correr e sua distância; e se há razão para qualquer coisa ser o que é, como suas mãos, que são verdadeiras e reais para ela. Conta que já não se lembra de quem era outrora. Viveu sobre as sombras dos ramos, sua sombra era fresca. Quando se olhava nos lagos tinha dentes misteriosos de sorriso independente do dela. Não sabia por que sorria.

Diz que a Segunda veladora conhece palavras que as sereias lhe ensinaram e adormece para poder escutar. Pede para que ela conte o sonho depressa, que volte ao sonho do marinheiro. Pergunta da necessidade de ter havido o marinheiro e a ilha. Achou belo escutar o sonho, mesmo não valendo a pena; pois isso era belo. 

A voz a deixou descontente por ser música, talvez. Sente horror. Ouvia a voz, a segunda e o sentido das palavras como três entes diferentes. Avisa que chegou a hora. Que acordou alguém, que entrará e tudo acabará. Fala para acreditarem que tudo foi um longo sono. Diz que é dia e vai acabar tudo e que de tudo fica, que só é feliz porque acredita no sonho.

Foto: Elizeth Pinheiro | O Marinheiro

Foto: Elizeth Pinheiro

Foto: Elizeth Pinheiro

olhares sobre o marinheiro
textos de APRECIAÇÃO CRÍTICA

SINTAXE DE SENSAÇÕES: O MARINHEIRO EM CENA

TEXTO DE JOSÉ DA COSTA

Que alegria assistir à encenação do poema dramático O Marinheiro, de Fernando Pessoa, sob a direção de Nanci Freitas, em uma realização do Projeto Mirateatro, do Instituto de Artes da UERJ! A cenografia envolvendo completamente as atrizes em um ambiente interior, cujas paredes são de um leve tule branco transparente, garante tanto a segregação das personagens em relação à vida cotidiana e ao mundo no qual os espectadores se encontram, quanto também a porosidade, ou seja, a transitividade entre a ficção e a vida supostamente real, entre o sonho e o mundo social efetivo. O tule e a redoma que ele forma encerram e, ao mesmo tempo, abrem o âmbito do imaginário e do simbólico em que se encontram os corpos e as vozes das atrizes e de suas personagens. Fazem com que os influxos do sonho possam atingir com mais força os espectadores, que trazem, entretanto, as marcas do contexto e da vida histórica em que estão mergulhados e que são tão distintas do âmbito onírico da cena. Por mais metafísicas que sejam as considerações sobre a vida, o sonho, as palavras, a voz e o sentido da linguagem verbal, elas reverberam sobre nós, espectadores, com peso de grande concretude e a força de uma experiência vital. Nosso sentimento, nossas sensações e nossa memória de perdas, reinvenções, perplexidades e vazio também se despertam e se mesclam sob a influência das palavras e vozes noturnas e possivelmente sonolentas das três mulheres em cena.

José da Costa

José da Costa é professor pesquisador do Departamento de Teoria do Teatro e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO. É autor do livro Teatro Contemporâneo no Brasil: criações partilhadas e presença diferida (Editora 7 Letras/ FAPERJ: 2009).

Foto: Elizeth Pinheiro | O Marinheiro

O trabalho das atrizes chama a atenção pela concentração e pela densidade com que lidam com o texto de Pessoa, mesmo sendo visivelmente tão jovens e trajando figurinos tão distanciados do tipo de roupas que utilizam provavelmente em seu cotidiano. A economia dos gestos, a precisão do olhar e a parcimônia dos deslocamentos corporais também se distanciam completamente de tudo o que podemos supor que possam ser os modos habituais de aquelas jovens artistas se comportarem nas suas vidas diárias, em um centro urbano como o Rio de Janeiro, no tempo presente. Todo o arcabouço da atuação cênica representa um grande número de desafios para as intérpretes que, porém, logram lidar tão belamente com os critérios da contenção propostos pela forte direção de Nanci Freitas, sem perderem, certa naturalidade, em sua postura predominantemente hierática.

O encerramento e a contenção se distendem, de certo modo, por meio dos vídeos projetados que abrem janelas de respiração novas para o espectador, trazendo imagens de paisagens naturais, fluxos de água e de uma luminosidade intensa de que a noite e a penumbra da situação cênica são a completa contraposição. A sintaxe do encerramento e da abertura que transparece em toda a proposição cênica se complementa pelas músicas e pela sonoridade cuidadosa e sugestiva para os sonhos, sensações e fluxos que se produzem em nós a partir da cena que testemunhamos. Torço para que um trabalho de pesquisa artística produzida no campo universitário como esse de O Marinheiro possa ser mostrado para um número maior de espectadores. 

o marinheiro: palavras

TEXTO DE tatiana motta lima

De que palavras temos necessidade? Frente à morte, frente ao sono, quais são as palavras que podem nos acordar? Com certeza não são as palavras de ordem. Nem as moralidades. Nem as palavras que aparecem nos livros de auto-ajuda. Nossa chance parece ser continuar a perguntar, a perguntar-nos. A angústia, a inquietação, o desassossego talvez, antes de serem sentimentos a serem vencidos em busca de uma inserção subjugada no mundo “real”, podem ser bússolas na viagem da alma. Os sonhos, as fantasias e as memórias (sempre recontadas – sempre novas - a cada vez que surgem) podem ser bons companheiros de travessia, barcos da alma, pois que visitam “outras terras” menos gentrificadas, com outra população e outra valentia. Outrar-se. Eu outro, tu outras, ela outra. Esses outros querem e merecem ter voz. E essas vozes podem ser chamados. 

São essas as impressões – impressas na alma – que ficam ao assistir O Marinheiro, de Fernando Pessoa, espetáculo construído por Nanci de Freitas, suas três belas atrizes e sua equipe. Temos necessidades dessas palavras assim como de um alimento. E é exatamente sobre as palavras que a montagem se debruça. É delas que tira o seu sustento e nos faz partícipe. Perguntamo-nos, sonhamos, “lembramos” e falamos junto com as atrizes. Também estamos face à morte, ao morto, ao que dorme em nós. Não é que tenhamos exatamente “saída”, mas o esforço de falar já nos pode re-fazer. 

Espero que muitos outros e outras possam ver esse belo espetáculo. Barcos ao mar. Bússolas de Fernando e Nanci.

Tatiana Motta Lima

Tatiana Motta Lima é pesquisadora e professora nos cursos de Graduação e Pós-graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNI-RIO. Seus interesses em pesquisa são, principalmente, o trabalho do ator/performer/dançarino e a obra de Jerzy Grotowski. Publicou em 2012, pela Editora Perspectiva, o livro Palavras Praticadas: o percurso artístico de Jerzy Grotowski. Tatiana também é atriz e diretora de teatro. 

Palavras de Isabela Frade sobre a apresentação do espetáculo O Marinheiro
no FEST-FIC (Festival Interuniversitário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro)

A beleza marcante do espetáculo: as marés diáfanas e as luminosidades sutis, o tom onírico e as três parcas/atrizes que atuaram impecavelmente... E, claro, a poesia estonteante do Pessoa. Tudo levava ao ir e vir marinho... Deslumbre. Parabéns Nanci de Freitas !!!

Isabela Frade

Isabela Frade é artista visual e autora de diversos artigos publicados. Foi professora no Instituto de Artes da UERJ até 2020. Atualmente, é pesquisadora no Programa de Pós-Graduação em Artes – PPGArtes da UERJ, e professora no curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES.

Palavras de Roberto Corrêa dos Santos sobre a apresentação do espetáculo O Marinheiro
no FEST-FIC (Festival Interuniversitário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro)

Nanci de Freitas, professora do Instituto de Artes da UERJ, diretora teatral e criadora do Laboratório de Artes Cênicas, conduz à Sala Ester Leão, da UNI-RIO (Praia Vermelha), o sublime texto dramático de Fernando Pessoa, O Marinheiro. Lá, as atrizes-fiandeiras Gleice Uchoa, Lícia Gomes e Nathasha Saldanha dão vida cênica às palavras epifânicas de Pessoa, por meio sempre das admiráveis proposições de Nanci, proposições de movimento, ritmo, espaço, pausa a nortearem o seguir da curva linha de tão difícil composição poética. Gostei demais; tudo tão pensado e com o requinte da simplicidade posto à luz. Parabéns Nanci! Que encontremos espaço; seu trabalho e sua entrega à arte precisam de mais lugares! Parabéns a todos. 

Destaco um só diálogo:

- "E o que aconteceu depois?"

- "Depois? Depois de quê? Depois é alguma coisa?"

Roberto Correa dos Santos

Roberto Corrêa dos Santos é poeta, ensaísta e autor de diversos livros publicados. Foi professor no Departamento de Teoria e História da Arte e pesquisador no Programa de Pós- Graduação em Artes do Instituto de Artes da UERJ.

OLHARES SOBRE O MARINHEIRO

Foto: Elizeth Pinheiro

FIGURINOS DE O MARINHEIRO
FIGURINOS de o marinheiro
Duas mensagens de graciANA SOBRE AS PRIMEIRAS REFLEXÕES DO FIGURINO

Adorei o texto! As palavras poéticas de cada veladora vão te envolvendo... parece-me como um fio contínuo criador de uma grande teia ao arrastar da noite ("com medo de ser rompido"). Um desejo constante de fuga da realidade. Sem falar da presença da morte ali, o tempo todo. Um universo de lembranças (de fatos inexistentes), inquietações (angústias), sonhos, mistérios, "silêncios", conflitos de mentes. Por fim, acabam "tendo" que voltar às suas vidas...  
Parabéns pela escolha. Será um sucesso!

Foto: Elizeth Pinheiro | O Marinheiro
Croqui: Graciana Almeida | O Marinheiro
Foto: Elizeth Pinheiro | O Marinheiro
Croqui: Graciana Almeida | O Marinheiro

Utilizamos o material que vocês dispõem, sem problemas.
O tecido "voal" também é ótimo.
Penso que (talvez) possamos utilizar linhas no figurino (como um fio contínuo, que quanto mais se costura mais parece querer continuar  - como uma teia que se entrelaça). 
A transparência do tecido também pode ser explorada no figurino. Assim como a incorporação de materiais que poderão ser customizados. Tudo em diálogo com universo de Fernando Pessoa em O marinheiro.
Conversamos com calma! 
PS: Continuando minhas pesquisas para maiores aprofundamentos.

As duas cartas exibidas anteriormente fizeram parte da conversa entre Graciana Almeida e Nanci de Freitas acerca do figurino de O Marinheiro, trocadas via email.

Graciana Almeida

Graciana Almeida é pesquisadora, graduada em História da Arte pelo UERJ e mestre em Artes pelo PPGArtes da UERJ. Possui curso Técnico em Moda pela FAETEC e atuou junto ao Mirateatro, na criação dos figurinos da peça O Marinheiro, de Fernando Pessoa. Atualmente, é doutoranda em História da Arte na UERJ e desenvolve estudos sobre Coleções e Museus de Indumentária no Rio de Janeiro.

Foto: Elizeth Pinheiro | O Marinheiro
Croqui: Graciana Almeida | O Marinheiro

Foto: Elizeth Pinheiro

Foto: Elizeth Pinheiro

Foto: Elizeth Pinheiro

CENOGRAFIA DE O MARINHEIRO
CENOGRAFIA DE O MARINHEIRO
PROJETO DA ESTRUTURA DO CENÁRIO PARA O TEATRO GLAUCE ROCHA

Planta Baixa para o espetáculo O Marinheiro no teatro Glauce Rocha. Concepção do cenário: Carol Moreira e Ana Clara Souza. Projeto e detalhamento técnico: Carol Moreira

Projeto: Carol Moreira | O Marinheiro
Carol 2.jpg

Carol Moreira é artista visual, cenógrafa e técnica em designer de interiores, formada pelo SENAC, em 2012. Graduou-se em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UERJ, em 2016, e fez especialização em História da Arte e Cultura Visual, na Universidade Cândido Mendes. Cursou Arquitetura e Urbanismo na UFF, entre 2003 e 2005.  No projeto Mirateatro atuou na área de cenografia e assistência de produção,  tendo participação como atriz em Pele Tecido.

Ana Clara

Ana Clara estudou cenografia na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e graduou-se em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UERJ. Atuou nas áreas de direção de arte, produção de objetos e cenografia para teatro e cinema. Na UERJ, participou dos projetos Experiências Indiciais, orientado pela Profª Inês de Araujo, e Zonas de Contato, coordenado pela Profª Denise Espírito Santo. No Mirateatro, participou como assistente de produção e colaborou na criação cenográfica da encenação de O Marinheiro, poema dramático de Fernando Pessoa.

Projeto: Carol Moreira | O Marinheiro
Foto: Ana Clara | O Marinheiro

Foto: Ana Clara

PROJETO DE ILUMINAÇÃO DE O MARINHEIRO
Mapa da estrutura de iluminação para o Teatro Glauce Rocha
PROJETO DE ILUMINAÇÃO DE O MARINHEIRO
Projeto: César Germano de Oliveira Costa | O Marinheiro
César Germano de Oliveira Costa

César Germano de Oliveira Costa é iluminador e pesquisador do Laboratório de Artes Cênicas. Estudou Educação Artística, Artes Plásticas, na instituição de ensino UFMS

Iluminação para o espetáculo Marinheiro no Teatro Glauce Rocha.

Projeto feito por César Germano de Oliveira Costa

TEASER DE O MARINHEIRO
TEASER DE O MARINHEIRO

Teaser de divulgação do espetáculo O Marinheiro.

Clique na imagem abaixo para acessar o vídeo através do canal do YouTube do Mirateatro

O Marinheiro Teaser Capa Youtube.jpg
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